sábado, 23 de maio de 2009

Os bonitinhos cheirosos e os feiosos fedorentos

Conversei com uma amiga recém chegada da Índia.
A mística exalada por esse país, envolve todos nós, parece que eles têm algo de diferente em relação à vida. Acreditam que existe outra vida e que os bichos, são um estágio na evolução. O que pensamos quando temos esse tipo de informação? Que são pessoas espiritualizadas, evoluídas e hoje, num estágio zen.

Depois vem o outro lado, o das castas. Na Índia existe uma segregação silenciosa pelas diferenças sociais, ricos de um lado e os pobres de outro. Fico pensando como pode acontecer uma coisa dessas, onde o ser humano fica dividido pelas posses, exatamente onde a espiritualidade fala muito forte.

O fato cheira ao absurdo como o Judiciário brasileiro, casa de compadres e comadres e de fatos estranhos que ninguém quer ver ou saber.

Lá os animais são respeitados mais que seres humanos. Não se pode buzinar quando uma vaca atravessa na frente do automóvel, mas as castas superiores fazem gestos com a mão para o motorista de casta inferior seguir em frente, tipo: “vai lá lacaio”, cumpra sua função em servir a deusa aqui presente. Isso choca quem tem uma visão humanitária, mesmo não acreditando que bichos sejam reencarnação de gente.

Fico intrigado porque pessoas, seres humanos reagem desse modo. O que será que acontece na infância de uma criança que leva a tanta perversidade? Será que ela é induzida a acreditar que é diferente da outra e portanto deva ser reverenciada?

É algo por aí, mas é muito triste pessoas se verem e sentirem assim. Acho que a vida é algo mais que essa besteira.

Quem tem oportunidade de estudar e crescer na vida adquire uma visão diferente, mas sem o direito moral de se sentir superior e humilhar a quem não teve a mesma oportunidade e não seja como elas. A vida não é isso, nem assim. Médicos têm o privilégio de conhecerem os seres humanos mais profundamente. Todo mundo tem caganeira, vômitos ou outras coisas parecidas, portanto somos iguais e vulneráveis do mesmo modo. Porque as “castas”? Não faz sentido. Não somos bonitinhos cheirosos nem feiosos fedorentos, mas apenas seres humanos em busca da felicidade, iguais uns aos outros. Está faltando filosofia e sabedoria.

O ser humano está perdido no espaço da vida, ninguém sabe o que virá depois, o amanhã é uma incógnita.

Ser cheiroso ou bonitinho pode ser apenas um momento na vida. O depois a Deus pertence.

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