
O desenvolvimento da cidade ocorreu em face da disponibilidade de energia elétrica para a indústria, diferente das outras cidades próximas. A imigração foi ocasionada pelas oportunidades de trabalho ou de estudos sendo um marco que se somou a uma corrente mais elitizada, vinda do interior de São Paulo e de outras cidades mineiras. As pessoas que aqui residiam cultuavam valores conservadores e tradicionais se afastando de certo modo, de quem aqui não tivesse suas raízes. A miscigenação de pensamentos e comportamentos sempre obedeceu à ordem dos donos da casa. Os “aceitos” ou por força de casamentos ou por serem vencedores econômicos, passavam a representar com galhardia toda aquela estrutura conservadora e tradicionalista e absorviam todos os ranços culturais e comportamentais citadina. Freqüentar determinados clubes, se fechar em rodas selecionadas, não “dar papo” para os de fora do clã, todo um completo rol de vaidades fúteis. Depois se tornavam mais realistas que o rei, os mesmos narizes empinados, falta de afetividade nos relacionamentos, óculos escuros e carrões financiados. Tudo isso sempre durou até a segunda dose, depois disso as fachadas caiam e as pessoas se humanizavam em abraços ao próximo, mas no dia seguinte, sempre voltavam à velha rotina da indiferença.
O curioso é que os 70% que compõem o batalhão de uberlandinos, não conseguiu influenciar os hábitos dos 30% de uberlandenses resistentes a mudanças comportamentais. Como resultado a indiferença se espalhou e quem quebra ou tenta quebrar esse ciclo vicioso, conversando com pessoas desconhecidas, humanizando relações a partir de um valor diferente do “possuir” (o que o que vale é a pessoa não o que ela tem), sofre todo tipo de restrições sociais e morais obedecendo aos estágios abaixo:
1- Quem conversa com mulheres é galinha (no sentido de cafajeste)
2- Se o primeiro rótulo não funcionar aplicam o segundo: é gay
3- Se a realidade contradisser, vem o terceiro: é bissexual.
4- As evidencias não confirmando partem para o quarto: louco de pedra! Se a pessoa em foco não sucumbir aos quatro degraus da maledicência conservadora enfrentará o próximo estágio que beira a aceitação com restrições, “inteligente, mas meio doidinho” única forma que o conservadorismo aceita quem é diferente, vive e se relaciona com as pessoas como seres irmãos e não se envolve na corrida das vaidades banais do vazio cultural e competitivo do “ser melhor e mais poderoso”.
Talvez ao falecermos possamos levar algo conosco da bondade que espalhamos, mas com certeza nada levaremos dos bens materiais acumulados, afinal todos sabemos que caixões não têm gavetas. Dinheiro, casas, carros, não irão conosco. Mas independente da morte, que é inevitável a qualquer um, a sensação de viver poderia trazer algum ensinamento humanitário, de amar ao próximo e se dar à vida com simplicidade.
Cada um deve viver de acordo com seus conceitos e seus desejos.O mais importante é ser feliz. Dez mil bois, uma casa bonita e luxuosa proporcionam conforto de acordo com cada um, mas a felicidade reside em nosso coração e em nossos sentimentos. Dar bom dia, ouvir e responder ao diálogo, se dar pra vida, são sensações mais positivas do que ter um carro bonito e empinar o nariz, até porque certos odores ficam numa camada mais alta e empinando o nasal, teremos o odor mal destilado da falta de cultura.Orgulho cheira mal. Vaidade mais ainda. Pior que isso, só as picadas de um enxame de marimbondos. Ser simples e dar bom dia é uma qualidaderara que tem seu lugar na vida.
Bom dia, boa tarde, boa noite.
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