terça-feira, 12 de maio de 2009

Casmurrice hodierna

Não é preciso recorrer ao dicionário, é burrice de hoje em dia mesmo, o maior problema brasileiro de todos os tempos. Talvez seja uma herança cultural impregnada em nossas mentes e corações.

É difícil imaginar um país com todas as riquezas que o mundo cobiça não dar certo.
É a corrupção diriam todos.
É burrice digo eu.

Basta olhar o modo como são decididas as coisas por aqui. O rol de besteiras que assolam as decisões nos assusta. De coisas elementares como a conservação de estradas até as mais profundas como arrecadação de impostos, os caminhos percorridos e o enfoque das soluções são verdadeiros absurdos onde a lógica inexiste. Se uma empresa administra uma rodovia, dá lucro e funciona por que o Estado não pode fazer o mesmo, a custos mais baixos e também dar certo?

Os impostos poderiam ser recolhidos uma única vez e encaminhados via bancária com percentagens definidas para a Federação. Estados e Municípos que por sua vez teriam suas destinações diretamente aos orgãos de ponta como a saúde, educação, etc. sem os atravessadores legislativos especialistas em verbas da seca moral que assola o País.

Não haveria ilicitude se o dinheiro fosse direto ao seu destino, longe dos "flanelinhas" e sem perda de tempo em discussões sobre o sexo dos anjos espaçosa à corrupção - uma idiotice pura.

Fico espantado com o maior foco da burrice brasileira, o Poder Judiciário que resiste a evolução. Lembra-me um cachorro folgado, bem alimentado com o erário público, nosso dinheiro, correndo atrás de seu gordo rabo ensebado em vícios e lerdezas dentro de suas próprias leis e rituais sádicos. E os agonizantes por justiça esperam, esperam e esperam, pois inexistem prazos ou não são cumpridos. Dois anos são mais que suficientes para o término de um processo. A culpa aqui é dividida com a burrice maliciosa, pois este modelo favorece interesses dúbios.
E por aí vai. Onde estão o ouro e os diamantes?
Alguém já viu? Como se não bastasse esta derrama diária, um asno cria um país indigena dentro do Brasil, curiosamente sobre as maiores reservas minerais onde não entramos.

Burrice da grossa, o Brasil é um todo e a Amazônia é nossa.
As dinâmicas de trabalho dos poderes constituidos são o ápice da asnice. Não existem soluções práticas e eficazes que mostrem a população que o País pode funcionar e responder a nossos anseios mais simples como "roubou, matou, vai preso", etc.

Continuando a sequência das espertezas chegamos aos bancos, cuja ganância idiota não aquilata suas consequências, como a violência crescente, fome, desemprego e miséria que retornarão sobre nossos filhos arrancando suas vísceras, devolvendo-nos o ódio que deixamos plantar.

Acho que precisamos hoje de um domador de burros, sem cartão cooperativo com uma vara de pescar e uma cenoura, para dar um caminho mais construtivo
e inteligente ao nosso povo.

Publicado na Revista Hey de junho/2008

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