
O poder fascina, porém menos que o dinheiro. Idealismo e honestidade cansam e se tornam uma retórica do jardim de infância, ou um caminho de otários.
Hoje quem prende é o Judiciário, mas só bate na moral das pessoas, pancadas fortes, que a impunidade faz doer. A tríade “ppp” continua valendo: preto, pobre e prostituta são os comunistas de outrem, imagens da fantasia onírica de donos do poder. Rico fica impune, habeas-corpus, rasgam nossos corpos, que ficam entorpecidos pela mistura da indignidade e pelo dinheiro misturado na massa do cimento da imoralidade.
Mas onde estamos nós, eleitores? Com certeza somos os responsáveis por essa lambança jurídica, com cheiro de farda, disfarçada de democracia. Na minha profissão vejo isso como três diagnósticos diferentes no mesmo paciente. Um médico diz que é infecção, o outro que é nevralgia e um terceiro que é obra do destino. Faltam responsabilidades e caráter além de conhecimento especifico e mais ainda, brasilidade. A quem enganamos? A nós mesmos, aos nossos filhos e netos. O Brasil cheira mal, como uma carniça bem podre que afugenta urubus. Mas podemos corrigir esse caminho.
Está na hora de votar. Podemos eleger os mesmos de sempre, se forem capazes e honestos, ou mudar. As falhas da democracia podem ser corrigidas pelo nosso desejo. Podemos reescrever nossa história.É preciso ficar atento aos candidatos mais comuns:
1- O gangster - Geralmente um criminoso impune, que busca a imunidade absurda fornecida pelo cargo.
2- O continuista – Perdeu a profissão, virou político e depende do salário público para viver, naturalmente complementado pelo Quinzinho (quinze por cento).
3- O religioso - Ele é de Deus, os demais são do diabo.
4- O representante comercial - Testa de ferro de empresas que se locupletam com serviços públicos bem faturados.
5- O bonzinho sofrido - Geralmente pessoa humilde, usando essa condição como bandeira.
6- O empresário - Patrocinador de campanhas que, depois das eleições, cobra com juros o que ofereceu. Candidata-se pelas benesses.
7- O idealista – Pessoa comum que arrisca a se eleger e, com isso prestar um serviço ao país, estado ou município.E por aí vai.
É uma fauna rica, de personagens esdrúxulos, que geralmente só se preocupam com desejos pessoais. E o povo, que quer preservar a natureza, escolas e assistência médica digna, onde fica? Votando nas imagens criadas pela mídia, que quer preservar seu status-quo, se mantendo das gordas verbas de propagandas oficiais.Quatro anos é muito tempo, como diz a lúcida e bem intencionada propaganda do TRE. Cabe aos eleitores, acordar e começar a votar de acordo com suas consciências e desejos de futuro. É preciso ter lucidez, lembrar que precisamos de seriedade e, mais, que precisamos votar em quem de fato se propõe a fazer mudanças e, acima de tudo que seja honesto. Realmente, quatro anos é muito tempo, não podemos errar...
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